Deu vontade de escrever um agradecimento pro meu grupo da faculdade. Em meio a um alívio de ter praticamente terminado o TCC, sou uma nova pessoa, com ânimo e com afeto. Mandarei essa "pequena" carta aos meus amigos:
"Éééé pessoal, quatro anos se passaram... Se pararmos pra
pensar, quatro anos é mais tempo que um relacionamento afetivo, quatro anos uma
criança pode virar adolescente, quatro anos é tempo suficiente pra se conhecer
bem uma pessoa e não conhecer nada dela. No nosso caso, quatro anos foi tempo suficiente
pra amadurecer fisicamente, interiormente, conhecer gente nova, deixar de
conhecer gente velha, rir, chorar, ter raiva, brigar, rir mais um pouco, fazer
parte um da vida do outro intimamente.
No fundo e no presente, todos já estamos sentindo falta um
do outro. O cansaço de ter que assistir aulas depois de um dia de trabalho, o
estresse de provas e trabalhos, não substitui a saudade que já sentimos.
Uma nova etapa da nossa vida se conclui e novas perspectivas
aparecem. Agora os planos são mais adultos, há mais preocupação, sabemos que
não vamos mais ter a moleza que tínhamos há quatro anos. Agora somos gente
grande, não apenas por estarmos formados, mas por termos fechado mais um ciclo.
Na verdade me deu vontade de escrever pra agradecer mesmo
vocês, nossa agência amada!
Não sei ainda se conseguimos cumprir a etapa do PREX, tenho
boas expectativas junto a vocês, mas acho que o que tá valendo mesmo é o que
construímos fora do papel que entregamos pra ter o diploma. O diploma é válido,
lógico, afinal investimos horas e dinheiro para tê-lo, mas não conseguimos ser
bons profissionais se não aprendemos a ser uma pessoa melhor a cada dia devido
a convivência com outras pessoas.
Esse ano foi meio atribulado de acontecimentos, bons e
ruins, na vida de cada um e na vida de todos. Mas quer saber? Todos os anos
foram atribulados, não foi fácil pra ninguém pessoalmente e profissionalmente,
e ainda assim sobrevivemos! Cheios de vontade de viver o hoje, o amanhã e o
depois, de uma maneira diferente.
Tivemos tanta briga no primeiro ano, não sabíamos conviver
em um grupo com mais de dez pessoas até então estranhas. As ideias não batiam, éramos
imaturos demais pra relevar as futilidades. Criamos inimizades que hoje podem
até ser amizades. Os anos fazem isso.
Conhecer um monte de gente nova, em um lugar novo, com
professores novos, não é fácil. Eu mesma, quantas vezes chorei de desespero
achando que não ia aguentar seguir em frente, querendo loucamente meus amigos
do ensino médio. Mas aí eu aguentei, e pude ter o prazer de conviver mais com
vocês e descobrir novos e bons amigos que com certeza levarei pra vida toda. E
aí tudo faz sentido, porque se eu tivesse estudando com os mesmo amigos do
ensino médio, a gente não ia mais se suportar porque nosso ciclo já tinha
terminado.
Éramos descobridores de nós mesmos no primeiro ano. Estávamos
nos testando a todo momento para que no último ano pudéssemos entender o porque
de termos caído nessa sinuca de bico chamada faculdade.
Lembram da Nayla, menina do interiorrrr falando caipirinha,
gordinha, meio acanhada, cabelo compriiiiiiiiido, camiseta do cachorrinho,
namorava a mil anos e ninguém imaginava, acreditávamos que era uma pessoa
quieta tipicamente do interior. A Lê, minha primeira amiguinha, com tanto medo
do trote quanto eu, com a prima guiando pela enorrrme faculdade igual a mim,
cabelo crespo, Letícia riri, só ria essa menina, também tímida mas foi uma do
grupo que teve mais contatos na sala. E a Daia e a Lígia? Fazia parte das
superpoderosas, achávamos que vocês tinham uns 15 anos, andavam sempre em trio,
pareciam aquelas nerds chatas que tavam ali só pra estudar, e ao mesmo tempo
conversavam bastante criando vários laços de amizade. A Pri se juntou aquelas
que não foram pro bar, ex-estudante de ciência da computação, fato que nos
intrigou, afinal é muita diferença de um curso pro outro, comunicativa, porém
parecia ser brava. O Téo era aquele menino caipira do interior com sua camisa
xadrez que herdou de seu avô e seu chapeuzinho “sou style”, conversava com
algumas meninas, o que fazia alguns duvidarem de sua opção sexual, parecia ser
nerd ao extremo, quieto que não sai, menino certinho. E eu, bom, acho que eu
era bicho do mato também, sem saber lidar com tanta gente nova na minha vida,
sem saber fazer amizades novas, com medo de ir ao bar e não saber me comportar
porque detestava (e detesto) cerveja, sem saber jogar truco, indecisa.
E tantas outras pessoas do primeiro ano que já compuseram a
agência F5 e que hoje não suportamos muito mais ou desistiram do curso e que não
temos ideia de como elas fizeram parte da nossa agência.
O segundo e o terceiro ano nos apresentaram muitas mudanças
em nós mesmos. Já brigamos uns com os outros por causa de estresse de trabalho,
por bobeira também, mas nos unimos mais ainda entre nosso grupo. Podia até não
ser lá muito legal ter a sala dividida em grupo, não ser a sala mais festiva do
mundo, muito menos a mais unida, mas a gente se entendia bem assim.
Esses dois anos também serviram pra vermos que tínhamos potencial
de sermos alguém depois da faculdade. Afinal sempre nos mantivemos no grupo “dos
melhores e mais empenhados”, garantimos a consideração e o afeto de alguns
professores, criamos garra pra no desespero do último ano seguirmos confiantes
e motivados.
E por fim, o fim. O último ano.
Posso dizer que a entrada da Daia e da Lígia serviu pra dar
uma atualizada (hehe) no nosso grupo e abrir novas possibilidades (cubo mágico)
de amizade e de novas ideias mesmo. Como disse no e-mail pedindo pro Zé deixar
as duas entrarem: “acredito que a presença de mais um membro que possui um bom
desempenho só irá nos ajudar com o projeto”. E é isso aí, pra que ter egoísmo
em um ano em que mais deveríamos nos unir não é mesmo?
Acho que nos divertimos mais esse ano, nos estressamos
menos, nos demos melhor. Descobrimos novos mundos que deram rumos em nossas
vidas pessoais e profissionais. Fomos mais caras de pau do que nunca (um abraço
pros moços que emprestaram carregador de notebook, outro pras 73657827 pessoas de
Águas de Lindóia que responderam questionários e assinaram papéis que não
valiam nada, outro pro Mateus, outro pros professores que deram pontinhos a
mais e que levaram em conta nosso esforço, beleza e simpatia na hora das notas
e um abraço pra quem mais enfrentou nossa cara de pau e não me lembro).
Dançamos, bebemos (não importa se foi água, café ou cerveja), viajamos de carro
ou na maionese, demos risadas de coisas idiotas que nós mesmos inventamos,
choramos por dentro ou por fora (né Daia?), nos desesperamos em saber que
faltava uma semana pra entregar o PREX e não tínhamos dado nenhum passo, conhecemos
gente nova, fizemos novas amizades com pessoas já velhas conhecidas, aprendemos
a curtir a faculdade com a mesma intensidade que desejamos nos livrar dela, ficamos
mais íntimos, conversamos mais, compartilhamos mais nossos sentimentos, fomos
um grupo de verdade, e por fim criamos expectativas de que tudo vai dar certo.
E tudo vai mesmo dar certo porque buscamos fazer com que
desse certo. E mesmo que dê errado, vai ser errado pros outros, porque pra nós
vai ser certo de alguma forma.
Então é isso, escrevi demais, mas meu coração gosta mesmo é
de falar com os dedos, com a boca é mais difícil. Queria pedir desculpas se em
algum momento magoei alguém, não foi intencional, foi ocasional. Tentei não
estressar com ninguém nessa reta final, porque sei que quatro anos tão legais
pra gente não poderiam terminar de uma maneira ruim por causa de uma merda de
um trabalho. Se estressei, não percebi e já passou! Essa coisa de guardar mágoa
não me cai muito bem, ainda mais se for por bobagem.
Quero muito que vocês permaneçam na minha vida, continuem me
fazendo bem. Quero mais ainda que o grupo se mantenha em contato, sem essa de
se ver uma vez a cada cinco anos! Vamos aproveitar enquanto não temos filhos, e
moramos próximos pra nos ver todo ano! Vamos compartilhar nossa vida, nossos
sonhos, afinal temos uma vida de quatro anos juntos já, vocês tem noção? Somos
tijolinhos um do outro na construção da história de nossas vidas.
Fica aqui minha conclusão de quatro anos. Acho que deveria
ter colocado isso na conclusão do PREX, partiria pra um apelo emocional na hora
de darem nossas notas e tem muito mais haver com conclusão mesmo, porque o que
se leva desse ciclo é muito mais que um título de “Publicitário”.
Obs.: Quero fazer a imagem “Photoshop dos 8 anos” hein! Me
aguentem por pelo menos mais 4 anos vai, sem a chatice de trabalhos e provas
vai ser mais fácil, prometo!"
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Micontchi alguma coisa também ;)