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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Conclusão de 4 anos

Deu vontade de escrever um agradecimento pro meu grupo da faculdade. Em meio a um alívio de ter praticamente terminado o TCC, sou uma nova pessoa, com ânimo e com afeto. Mandarei essa "pequena" carta aos meus amigos:

"Éééé pessoal, quatro anos se passaram... Se pararmos pra pensar, quatro anos é mais tempo que um relacionamento afetivo, quatro anos uma criança pode virar adolescente, quatro anos é tempo suficiente pra se conhecer bem uma pessoa e não conhecer nada dela. No nosso caso, quatro anos foi tempo suficiente pra amadurecer fisicamente, interiormente, conhecer gente nova, deixar de conhecer gente velha, rir, chorar, ter raiva, brigar, rir mais um pouco, fazer parte um da vida do outro intimamente.
No fundo e no presente, todos já estamos sentindo falta um do outro. O cansaço de ter que assistir aulas depois de um dia de trabalho, o estresse de provas e trabalhos, não substitui a saudade que já sentimos.
Uma nova etapa da nossa vida se conclui e novas perspectivas aparecem. Agora os planos são mais adultos, há mais preocupação, sabemos que não vamos mais ter a moleza que tínhamos há quatro anos. Agora somos gente grande, não apenas por estarmos formados, mas por termos fechado mais um ciclo.
Na verdade me deu vontade de escrever pra agradecer mesmo vocês, nossa agência amada!
Não sei ainda se conseguimos cumprir a etapa do PREX, tenho boas expectativas junto a vocês, mas acho que o que tá valendo mesmo é o que construímos fora do papel que entregamos pra ter o diploma. O diploma é válido, lógico, afinal investimos horas e dinheiro para tê-lo, mas não conseguimos ser bons profissionais se não aprendemos a ser uma pessoa melhor a cada dia devido a convivência com outras pessoas.
Esse ano foi meio atribulado de acontecimentos, bons e ruins, na vida de cada um e na vida de todos. Mas quer saber? Todos os anos foram atribulados, não foi fácil pra ninguém pessoalmente e profissionalmente, e ainda assim sobrevivemos! Cheios de vontade de viver o hoje, o amanhã e o depois, de uma maneira diferente.
Tivemos tanta briga no primeiro ano, não sabíamos conviver em um grupo com mais de dez pessoas até então estranhas. As ideias não batiam, éramos imaturos demais pra relevar as futilidades. Criamos inimizades que hoje podem até ser amizades. Os anos fazem isso.
Conhecer um monte de gente nova, em um lugar novo, com professores novos, não é fácil. Eu mesma, quantas vezes chorei de desespero achando que não ia aguentar seguir em frente, querendo loucamente meus amigos do ensino médio. Mas aí eu aguentei, e pude ter o prazer de conviver mais com vocês e descobrir novos e bons amigos que com certeza levarei pra vida toda. E aí tudo faz sentido, porque se eu tivesse estudando com os mesmo amigos do ensino médio, a gente não ia mais se suportar porque nosso ciclo já tinha terminado.



Éramos descobridores de nós mesmos no primeiro ano. Estávamos nos testando a todo momento para que no último ano pudéssemos entender o porque de termos caído nessa sinuca de bico chamada faculdade.
Lembram da Nayla, menina do interiorrrr falando caipirinha, gordinha, meio acanhada, cabelo compriiiiiiiiido, camiseta do cachorrinho, namorava a mil anos e ninguém imaginava, acreditávamos que era uma pessoa quieta tipicamente do interior. A Lê, minha primeira amiguinha, com tanto medo do trote quanto eu, com a prima guiando pela enorrrme faculdade igual a mim, cabelo crespo, Letícia riri, só ria essa menina, também tímida mas foi uma do grupo que teve mais contatos na sala. E a Daia e a Lígia? Fazia parte das superpoderosas, achávamos que vocês tinham uns 15 anos, andavam sempre em trio, pareciam aquelas nerds chatas que tavam ali só pra estudar, e ao mesmo tempo conversavam bastante criando vários laços de amizade. A Pri se juntou aquelas que não foram pro bar, ex-estudante de ciência da computação, fato que nos intrigou, afinal é muita diferença de um curso pro outro, comunicativa, porém parecia ser brava. O Téo era aquele menino caipira do interior com sua camisa xadrez que herdou de seu avô e seu chapeuzinho “sou style”, conversava com algumas meninas, o que fazia alguns duvidarem de sua opção sexual, parecia ser nerd ao extremo, quieto que não sai, menino certinho. E eu, bom, acho que eu era bicho do mato também, sem saber lidar com tanta gente nova na minha vida, sem saber fazer amizades novas, com medo de ir ao bar e não saber me comportar porque detestava (e detesto) cerveja, sem saber jogar truco, indecisa.
E tantas outras pessoas do primeiro ano que já compuseram a agência F5 e que hoje não suportamos muito mais ou desistiram do curso e que não temos ideia de como elas fizeram parte da nossa agência.
O segundo e o terceiro ano nos apresentaram muitas mudanças em nós mesmos. Já brigamos uns com os outros por causa de estresse de trabalho, por bobeira também, mas nos unimos mais ainda entre nosso grupo. Podia até não ser lá muito legal ter a sala dividida em grupo, não ser a sala mais festiva do mundo, muito menos a mais unida, mas a gente se entendia bem assim.
Esses dois anos também serviram pra vermos que tínhamos potencial de sermos alguém depois da faculdade. Afinal sempre nos mantivemos no grupo “dos melhores e mais empenhados”, garantimos a consideração e o afeto de alguns professores, criamos garra pra no desespero do último ano seguirmos confiantes e motivados.
E por fim, o fim. O último ano.
Posso dizer que a entrada da Daia e da Lígia serviu pra dar uma atualizada (hehe) no nosso grupo e abrir novas possibilidades (cubo mágico) de amizade e de novas ideias mesmo. Como disse no e-mail pedindo pro Zé deixar as duas entrarem: “acredito que a presença de mais um membro que possui um bom desempenho só irá nos ajudar com o projeto”. E é isso aí, pra que ter egoísmo em um ano em que mais deveríamos nos unir não é mesmo?
Acho que nos divertimos mais esse ano, nos estressamos menos, nos demos melhor. Descobrimos novos mundos que deram rumos em nossas vidas pessoais e profissionais. Fomos mais caras de pau do que nunca (um abraço pros moços que emprestaram carregador de notebook, outro pras 73657827 pessoas de Águas de Lindóia que responderam questionários e assinaram papéis que não valiam nada, outro pro Mateus, outro pros professores que deram pontinhos a mais e que levaram em conta nosso esforço, beleza e simpatia na hora das notas e um abraço pra quem mais enfrentou nossa cara de pau e não me lembro). Dançamos, bebemos (não importa se foi água, café ou cerveja), viajamos de carro ou na maionese, demos risadas de coisas idiotas que nós mesmos inventamos, choramos por dentro ou por fora (né Daia?), nos desesperamos em saber que faltava uma semana pra entregar o PREX e não tínhamos dado nenhum passo, conhecemos gente nova, fizemos novas amizades com pessoas já velhas conhecidas, aprendemos a curtir a faculdade com a mesma intensidade que desejamos nos livrar dela, ficamos mais íntimos, conversamos mais, compartilhamos mais nossos sentimentos, fomos um grupo de verdade, e por fim criamos expectativas de que tudo vai dar certo.
E tudo vai mesmo dar certo porque buscamos fazer com que desse certo. E mesmo que dê errado, vai ser errado pros outros, porque pra nós vai ser certo de alguma forma.
Então é isso, escrevi demais, mas meu coração gosta mesmo é de falar com os dedos, com a boca é mais difícil. Queria pedir desculpas se em algum momento magoei alguém, não foi intencional, foi ocasional. Tentei não estressar com ninguém nessa reta final, porque sei que quatro anos tão legais pra gente não poderiam terminar de uma maneira ruim por causa de uma merda de um trabalho. Se estressei, não percebi e já passou! Essa coisa de guardar mágoa não me cai muito bem, ainda mais se for por bobagem.
Quero muito que vocês permaneçam na minha vida, continuem me fazendo bem. Quero mais ainda que o grupo se mantenha em contato, sem essa de se ver uma vez a cada cinco anos! Vamos aproveitar enquanto não temos filhos, e moramos próximos pra nos ver todo ano! Vamos compartilhar nossa vida, nossos sonhos, afinal temos uma vida de quatro anos juntos já, vocês tem noção? Somos tijolinhos um do outro na construção da história de nossas vidas.
Fica aqui minha conclusão de quatro anos. Acho que deveria ter colocado isso na conclusão do PREX, partiria pra um apelo emocional na hora de darem nossas notas e tem muito mais haver com conclusão mesmo, porque o que se leva desse ciclo é muito mais que um título de “Publicitário”.
Obs.: Quero fazer a imagem “Photoshop dos 8 anos” hein! Me aguentem por pelo menos mais 4 anos vai, sem a chatice de trabalhos e provas vai ser mais fácil, prometo!"

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