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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Vestido da alegria (Since 2010)

Às vezes a alegria me parece ser um vestido. Mas não um vestido qualquer, mas sim aquele vestido que você tem uma paixão a primeira vista e depois essa paixão se torna amor eterno. Você veste e se sente bem, se sente a pessoa mais linda do mundo e gosta tanto que não quer mais tirá-lo, gosta tanto que nem tendências tornam-o feio.
Às vezes parece que visto a alegria e não quero mais tirá-la, o não querer tirar é tão forte que esqueço que é apenas uma "roupa" cobrindo problemas inacabáveis, tristezas inconsoláveis.
Vesti-me com o vestido da alegria e esqueci que também tenho problemas que me atormentam, me entristecem. Escondi por debaixo do vestido a parte "podre" da minha vida. Só que fiz questão de esconder bem, a ponto que aos olhos externos eu fosse só alegrias sempre.
Quis acreditar que o meu vestido era o mais lindo e por isso eu não o tiraria, e assim acreditei que eu estava vestindo-o quando na verdade eu não tinha roupa alguma em meu corpo.
Tinha só o confuso e instável, cheio de problemas sem soluções, cheio de desesperanças, sem sonhos, sem afeto, tinha só o eu verdadeiro.
E então quando percebi minha nudez, não procurei me vestir. Encontrei duas opções: assumir o real ou colocar o vestido da alegria e nunca mais tirá-lo.
Decidi vestir-me, mas não com o vestido, vesti-me com uma roupa que eu possa brevemente cansar-me dela e procurar outra. Ir vestindo-me, mudando sempre pra ver se eu encontro meus sonhos de volta, se encontro a solução pros meus problemas, a esperança, enfim buscando a roupa onde eu me encontre por completa e não mais um só sentimento.

Por Larissa em 07/02/10


Da série de posts preferidos do meu antigo blog e que estão se encaixando perfeitamente na minha vida hoje. 

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