Há um tempo atrás, época em que eu era viciadinha em TV e
teatro, comentava com uma amiga o quão seria legal trabalhar no backstage
de uma TV ou teatro. Que na TV, deveria ser uma coisa incrível cruzar com
artistas (só com os queridos por nós rs) ou participar da produção de um
programa. Porém, sempre achamos que trabalhar nesses dois lugares seria algo
bem impossível, porque ou você já tem experiência ou você tem o Q.I. (Quem
Indica), e mais impossível ainda seria conhecer uma emissora ou a coxia de um
teatro.
Enfim, tentávamos encontrar uma maneira de entrar nesse
meio, e nossa melhor maneira seria criar laços com alguns artistas que gostávamos
(e que não eram tão pop assim na época), através do Twitter (Facebook não tava
bombando ainda) ou de várias encontros pessoais pra eles marcarem bem nosso rosto rs.
O tempo passou e conseguimos conhecer uma coxia, graças a
uma amiga que é do teatro. Mas faltava a TV ainda. Aquele veículo que encanta todo
mundo, tipo invenção do milênio.
Há uns cinco anos atrás, tinha que cumprir umas horas de
atividades complementares na faculdade, e a maneira mais prática de ganhar
pontos (além de estagiar) era fazer visitas. Lógico que eu e minhas amigas já
de cara quisemos ir conhecer uma TV ou rádio. E sem criar expectativas,
arriscamos a Band. Para nossa surpresa, a autorização pra ir visitar veio
rapidamente e dali uns dias lá estávamos nós, andando por uma TV!
Fiquei surpresa novamente com a “grandiosidade” que a TV
proporciona, são vários funcionários, várias salinhas, e estúdios que parecem
gigantes na TV mas que ao vivo são minúsculos. Conheci também estúdios de
rádio, que também me surpreenderam pelo tamanho pequeno, imaginava algo
totalmente diferente.
Vontade saciada mais uma vez. Mas devo confessar que quando
fiz essa visita a emissora, fiquei pensando que devia ser legal trabalhar lá
porque as pessoas me pareceram ser super legais, o ambiente descontraído, mas
encuquei quando o responsável por nos acompanhar na visita disse que era tudo
muito correria. Aí já imaginei que o tamanho da responsabilidade era proporcional
ao da correria, então que talvez eu não serviria pra acompanhar o ritmo de uma
TV, estava já desencanando de tentar emprego na área, até porque continuei
achando que só entra na área é porque tem Q.I. mesmo.
Menos de seis meses depois, quando comecei minha tranquila
busca por estágio novo, a primeira entrevista que faço é em uma emissora de TV,
dessa vez é a Record. Tive que calar minha boca quanto ao lance do Q.I. né?
Quando soube que estava contratada me empolguei ao máximo e todas as conversas
que tinha tido com aquela amiga vieram a mente. Foi uma conquista, não
importava se ia gostar ou não, se ia me adaptar a correria, enfim, era uma
conquista.
Fiquei quatro anos lá, e posso afirmar com toda certeza do mundo: o universo da TV me encantou e sempre me encantará. Na TV você descobre uma novidade a cada dia e por ter trabalhado numa emissora pequena, me fez almejar ir mais longe e pensar nas milhares de coisas legais que deve ter numa emissora maior.
Minha adaptação foi um pouco lenta, posso dizer que depois de um ano que passei a entender os processos desde a captação da imagem à exibição no ar, mas sempre foi algo muito agradável, com pessoas legais que me ajudaram e acho que isso conta muito e te faz realmente gostar de um lugar.
Quanto mais coisas eu descobria, mais coisas eu queria descobrir, desde a área financeira até a área técnica e cara, eu me encantava cada vez mais pelo meu trabalho e pelo dos meus colegas. Meus olhos brilhavam quando alguém me perguntava algo sobre TV e eu sabia responder.
Acho que me apaixonei mesmo de vez por TV quando fui pra Record SP, lá nos estúdios e tive a oportunidade de entender a loucura de uma gravação de programa nacional, e o tanto de gente envolvidada pra que aquilo ocorresse. De verdade, é realmente uma fábrica de sonhos por mais ilusórios que sejam. Acho que essa é a parte que me traz mais amor por esse veículo, mesmo a maioria dizendo que os programas contam histórias tristes e dramáticas pra se ganhar audiência (e dinheiro consequentemente), ainda acredito que pelo menos é uma maneira, um caminho, de ajudar um monte de gente que precisa de uma ajuda e que vê sua solução só em um programa de TV. Pensa no tanto de gente que reencontrou parente, que teve a casa ou o carro reformadas, que ganhou um dinheiro pra pagar as dívidas, enfim, é, de certo modo, uma ação social. Nem tudo é interesse financeiro.
Enfim, esse textão todo foi pra dizer que eu acredito que quando você deseja algo e se imagina lá, esse algo pode sim ocorrer e da maneira que você menos espera. E que hoje, infelizmente eu precisei sair da emissora, foi uma decisão muito difícil (que já devo até ter comentado aqui) pois eu amava o que fazia e amava aquele lugar e as inúmeras oportunidades que ele me ofereceu/oferecia. Sinto uma falta imensa, mesmo estando longe há uma semana só, acho que sempre vou lembrar dessa experiência e realização de sonho com muito carinho. Vai me servir pra lembrar que o impossível não existe.
Tenho um amor aqui dentro que me faz acreditar que eu volto ainda pra trabalhar em uma TV.
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Micontchi alguma coisa também ;)