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domingo, 7 de julho de 2013

#FicaDica: Publicitário e agora?

Já estava a um tempo querendo falar sobre minha visão agora como publicitária, mas como estava recém-formada, achei que seria muito precipitada.
Agora, acho ainda posso ser considerada recém-formada, mas já tenho uma percepção melhor do mercado de trabalho pois um belo dia cansei de esperar minha efetivação onde trabalho e resolvi procurar emprego, aí me deparei com algumas muitas dificuldades.
Assim, vou fazer uma série de 2 posts (risus pro série), onde nesse primeiro conto minha experiência universitária, e no outro conto sobre a vida já publicitária.
Primeiro conselho que posso dar é escolha o curso somente se você quer realmente levar a sério e sentir afinidade com alguma das inúmeras áreas que tem dentro da publicidade. A minha sala, começou com mais de cem alunos, e ano passado se formaram uns 50 no máximo. Isso porque boa parte desistiu logo no segundo ano.
O curso não é de vagabundo como costumam dizer, e como todo curso, é difícil sim. Como costumava dizer um ex-professor, é total teoria de Darwin, só os fortes sobrevivem.
O primeiro semestre é meio desanimador, é muita teoria, antropologia, sociologia, português, essas coisas que são chatas (dependendo do professor ficam mais chatas ainda), mas que ao longo dos anos você vai pegando um amorzinho, e percebe que fazem sentido no curso. Fora do primeiro semestre mas ainda dentro do primeiro ano, também começam as aulas de criação com os trabalhos de criação, onde você faz um grupo com 10 pessoas que tem ideias bem diferentes, o que acaba gerando inúmeras brigas (como foi meu caso), mas no fim das contas pode ser muito recompensador, você acaba conhecendo boa parte da sua turma, conversando com gente diferente, aprende a ter paciência, a ouvir, a ter voz ativa também, enfim, experiência que no final até que vale algo. Aliás gente diferente é o que sempre vai ter numa turma de publicidade, tem o grupo das patricinhas que você vê que tão ali porque não sabiam o que fazer e papai falou pra estudar então tão lá, tem os descolados tatuados maconhados (particularmente adoro conhecer uma figura dessa, sério, eles tem papos legais e estão sempre legais), tem os boys que tão lá só porque o curso é cheio de mulheres então eles vão pegar geral (SQN), tem os gays divertidíssimos, mas acho que essa galera tem em quase todas as turmas. De fato eu me senti no meio de gente bem diferente, a faculdade em si já é tudo diferente.
É sempre muito legal conhecer gente nova, faz bem, só que já antecipo que o curso é de muita rivalidade, então tem gente que você vai brigar no primeiro ano e só vai voltar a falar (se voltar) na colação de grau. Essa eu considero uma parte chata do curso, porque fica muita intriguinha entre os grupos, um escondendo do outro o cliente, não querendo ajudar porque senão vai que o grupo fica melhor e daí eu perco na premiação, difícil achar uma turma que seja inteiramente entrosada. Mas também já é um preparativo pro mercado, publicitário tem ego inflado, levam a rivalidade a sério, percebi isso nas festas da empresa em que trabalho, onde pouquíssimas agências se conhecem e se entrosam.
Voltando ao curso, eu escolhi com toda certeza do mundo o que queria fazer assim que saí do ensino médio, onde fiz o técnico de web design e tive contato com a parte “design” que amava/amo. Então entrei pra publicidade afim de ser da criação. Sempre fui admiradora da criatividade, gostava de aprender de tudo, e me desculpem os outros, mas publicidade é uma área que te permite conhecer sobre tudo e todos sem ser hobby, te instiga a ser um curioso de profissão.
Confesso que esperava um pouco mais do curso, não sei se foi a faculdade onde estudei, apesar de ter certeza que fui muito bem cobrada lá, não sei se é assim mesmo. De qualquer forma, acho que de tudo se tira um proveito quando se quer. Posso dizer que tirei um proveito muito grande, principalmente porque fiz a maioria dos trabalhos em grupo. Não acho ruim ter feito os trabalhos, sempre sou da opinião de que eu me ajudei muito mais do que ajudei os outros fazendo, fora que a recompensa vem. Meu primeiro emprego foi indicação de um colega do ensino médio que eu passei algumas colas, fica a lição.
O mais difícil do curso, sem dúvida, são os trabalhos, que na verdade são campanhas. Montar uma campanha inteira com estudos de mercado, pesquisas nas ruas, e depois por tudo isso em prática e com lógica na criação parece fácil, mas é muito difícil. Por horas, meu grupo sempre foi bom em planejamento, mas quando chegava na parte de criação, tínhamos sérios problemas. Foi aí que descobri que não servia pra ser da criação como tanto eu queria.
Durante o curso você vai testar seu cérebro a todo momento em busca de novidade, e se não manjar desses softwares de criação, vai quebrar a cabeça em dobro pra pensar em algo legal e viável às suas condições.
Outro conselho que dou é: se empenhe. Entre mesmo na sua área, fique por dentro das agências referência do país e fora, passe a acessar sites/blogs ligados à área, entenda como funcionam as coisas e as áreas da publicidade. Isso vai facilitar muito na hora de montar seu projeto final.
Entrei em semi-desespero com meu TCC porque não conhecia empresas de outdoor, não tinha ideia de quanto custava pra produzir e veicular certas mídias, conhecia TV porque trabalho em uma emissora mas ainda assim o universo é muito vasto. Se tivesse me empenhado mais nessa parte “prática” da profissão, teria me dado melhor.
Bom, pra finalizar essa primeira parte do tema, onde termina a faculdade, reforço a ideia de que o curso só vale a pena se você tiver vontade mesmo de seguir em frente na área, pois assim como em todos os cursos, tem matérias bem específicas onde só quem gosta da coisa que vai conseguir entender e caminhar adiante. As aulas no geral são superficiais perto do universo vasto que é a publicidade, mas também como em todos os cursos, o empenho do aluno é fundamental para bom entendimento daquilo que faz.
Aprende-se português, fotografia, pesquisa, sociologia, redação, criação (embalagem, formatos de anúncios, web, gráfica etc), mídia, artes, marketing.
Não aprende-se: photoshop, illustrator, corel, inglês, excell, word, power point, paint, desenho, e o principal: ser publicitário.
Ser publicitário é assunto pro segundo post da série...

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