Desejo oprimido: ser da criação

Desde que entrei pro curso técnico de web design, o real objetivo era ser aquele profissional que cria os designs mais lindos e fodas possíveis, que só de olhar te dá inveja e por trás de todo aquele desenho lindo ter todo um conceito, uma inspiração que causa mais inveja ainda.

Com o passar do curso eu fui descobrindo que não era tão fácil assim criar, principalmente porque não conseguia passar o que tava na cabeça pro papel e quando passava não conseguia ir pra tela do computador. Na época, tinha um PC de 4 Gigas, scanner era precário e photoshop mais ainda. Enfim, talvez tudo isso não tenha sido tão motivo assim pra minha dificuldade com a criação.

Sempre gostei de desenhar, pintar, mexer com cores, fazer uns rabiscos mirabolantes que na minha cabeça tinham toda uma inspiração, e hoje sinto falta de pegar um papel e desenhar algo sem sentido, na verdade eu até posso pegar um papel mas parece que a criatividade não vem. O máximo que consigo é desenhar vestidos que quem sabe um dia saiam do papel.

Trabalhei um tempo fazendo e-mails marketing e já comecei a perceber que não levava jeito, e minha chefe também, pois contratou meu amigo, que por sinal é beeeeem melhor que eu, só para fazer o design das peças. Era incomparável uma criação minha com a dele, e como estímulo, peguei o "design" dele com inspiração pra fazer algumas peças, quando me era solicitado.

Quando decidi que ia continuar tentando a área de criação, fiquei num pequeno dilema em fazer artes visuais, design gráfico e publicidade, mas ainda bem que as questões financeiras me ajudaram nessa decisão e fui pra faculdade de publicidade mesmo, e daí pensei que as aulas iam me ajudar a mexer nos programas e tudo ia fluir lindamente, principalmente porque o computador era melhor na época. Confesso que até que me empenhei, os favoritos do explorer só tinham coisas de criação e design que poderiam ser uma fonte de inspiração. Mas a real é que quando tinha que fazer os trabalhos a valer, a dificuldade em passar pra tela do computador era imensa, no papel já era difícil só desenhar, tinha sempre que ter um complemento com palavras. Passei noites em desespero, pois ninguém do meu grupo sabia mexer nesses programas de edição, então basicamente "sobrava" pra mim, e até que tínhamos ideias bem legais e diferentes só que quando íamos passar pro computador, a "viagem" na criação diminuía e o básico e comum vinha a tona.

Pode ser que hoje eu tenha um pouco de preguiça em ficar fuçando nesses programas e na internet, mas eu realmente prefiro acreditar que não tenho o dom mesmo, uma vez que ao ver criações maravilhosas seja com ideias simples ou complexas, fico abobalhada de tanta admiração. Confesso que costumo ficar encantada com caras que são da criação, tipo rola uma paixonite de minha parte rs.

Sou admiradora da criatividade, e gostaria de ser mais criativa como já fui a alguns anos atrás, mas acho que pra isso a cabeça tem que estar um pouco mais despreocupada. A inspiração vem da vida, das histórias que ouvimos e que contamos, pra ser um bom criador é muito mais do que a técnica em si, é ser observador, percebendo detalhes comuns aos olhos dos outros que se tornam incomuns aos seus olhos.

Enfim, acho que ser da criação pra mim vai ficar meio que no desejo só mesmo, só se for pra redação. Ainda estou pensando bem em levar essa ideia adiante, quem sabe o dom apareça rs.